HIPERMÉDIA - (Atividade 4 T-1)
Para a
Hipermédia o cinema é uma média passiva, não condizente com a geração digital.
O mundo atual oferece uma grande quantidade de atividades multimédia e como
consequência, há a multiplicidade de públicos e escolhas.
Segundo Machado: “A Hipermédia é uma forma
combinatória, permutacional e interativa de multimídia, em que textos, sons e
imagens (estáticas e em movimento) estão ligadas entre si por elos
probabilísticos e móveis, que podem ser configurados pelos receptores de
diferentes maneiras, de modo a compor obras instáveis em quantidades infinitas”.
(Machado, 1997: 148)
A Hipermédia incorpora uma
estrutura narrativa, se compõe de elementos de outras linguagens, transmite
informações e contribui para a formação do conhecimento. As informações em
hipermídia são objetivas e não-literárias. Nem por isto, as hipermídias deixam
de contar uma história.
Desenvolver
uma hipermedia requer o trabalho de uma equipe multidisciplinar (designer,
especialista do domínio, ergonomista, programador e outros). A realização de
uma aplicação hipermídia requer uma série de passos. É necessário conhecer o
público alvo, identificar o contexto com o qual se está lidando, coletar e
organizar os dados sobre o domínio, organizar o conteúdo coletado, redigir
textos, desenvolver o roteiro (textual e visual), produzir imagens e sons e tantas
outras tarefas.
Podemos
enmarcar varios pontos importantes a destacar dentro da hipermédia.
- Hibridismo: associação de duas ou mais medias, encontro de dois ou
mais meios; conjunção simultânea de diversas linguagens.
- Hipertextualidade: sistema não-linear, multisequencial ou multilinear.
Incorporam dois sistemas diferentes de utilização: o modo autor (onde são
criados os sistemas de nós e âncoras) e o modo usuário (onde ocorre a
navegação).
- Não-Linearidade: refere-se a ideia de possibilitar caminhos e
segmentos abertos, diversos, repletos de desvios, complexo, composto por linhas
de segmento e linhas de fuga.
- Interatividade: possibilidade de transformar os envolvidos na
comunicação, ao mesmo tempo, em emissores e receptores da mensagem
Navegabilidade:
diz respeito ao ato de navegar, exploração e mobilidade do usuário no
ciberespaço, na rede ou em um aplicativo de hipermédia.
“The Tulse
Luper Suitcases”, de Peter Greenaway
Peter
Greenaway lançou em 2003 o projeto “The Tulse Luper Suitcases”, visando
libertar o cinema do enquadramento, dos atores e mesmo da câmara. O resultado é
uma obra work in progress, com limites pouco definidos e se apresentando no
formato de uma rede de materialidades, suportes mediáticos e espaços diversos,
cujo objetivo é fazer frente ao dispositivo cinematográfico hegemônico e a
gramática fílmica desenvolvida por Griffith.
Trata-se,
originalmente, de três longas-metragens realizados com tecnologia digital,
diversos websites, obras de instalação, produção de 92 livros, numerosos DVDs,
um videojogo on-line, VJ performances, peças teatrais e uma série de televisão,
que pretendem reconstruir a vida de “Tulse Henry Purcell Luper”, projetista e
escritor nascido em Newport, South Wales, cuja vida ele mesmo arquivou em 92
maletas, posteriormente encontradas ao redor do mundo.
The
Tulse Luper Suitcases é um emaranhado de materialidades, suportes mediáticos e espaços pelos
quais a obra se expande, dando vazão às diversas narrativas possíveis. Assim,
os limites entre cinema, artes visuais, médios digitais e performance são
diluídos e os próprios limites da obra se tornam imprecisos.
Poderemos
afirmar que a obra de Peter Geenaway não é simplesmente cross-media,
pois além de atravessar todas as médias e formas de expressão artísticas, não se
limita a elas. Elas “são capazes de perfurar todas as especialidades e avançar
para além delas” (Machado, 2008:66). Podemos chamá-las, então, de obras beyond
media, ou então, de uma espécie de cinema pós-mediático.
O Peter
Geenaway vem, ao longo de sua carreira, trabalhando no problema de como
conciliar banco de dados e formas narrativas. A principal delas são os seus
sistemas para organizar os filmes.
Obra
hipermédia escolhida "BETWEEN TREACHEROUS OBJECTS" – (Porous version) do artista digital e hipermédia Jason Nelson
http://www.secrettechnology.com/between/in7.htmlHernando Urrutia
- Hipermídia:
uma jornada entre narrativas e roteiros- Congresso Nacional de Ambientes
Hipermídia para Aprendizagem - 2006
- O Cinema Pós-mediático
de Peter Greenaway de Eduardo Cunha Bonini, Revista Comtempo do
Programa
de Pós-graduação da Faculdade Cásper Líbero 2009
- Linguagem da Hipermídia de Gabriela Borges.
- GOSCIOLA, Vicente. Roteiro
para as novas mídias: do game à TV
interativa. São Paulo: Senac, 2000.
- Hypermedia Reveries – USC Cinematic Arts - website [Online] disponível: http://interactive.usc.edu/project/hypermedia-reveries/
-Encounter
Between Hyper-Media and Art Education: A Retrospection of Jean-Jacques Rousseau
or Memories of Art and Education
- The Journal
of Aesthetic Education
Volume 37,
Number 4, Winter 2003 - website [Online] disponível: http://muse.jhu.edu/login?auth=0&type=summary&url=/journals/the_journal_of_aesthetic_education/v037/37.4nagamori.pdf
- Hypermedia as Art System by Dew Harriso - Art Journal, Vol. 56, No.
3, Digital Reflections: The Dialogue of Art and Technology (Autumn, 1997), pp.
55-59- Secret Technology Net Art / Digital Poetry/ Video Oddities by Jason Nelson - website [Online] disponível: http://www.secrettechnology.com
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