PANORAMA DA ARTE TECNOLÓGICA (Atividade -2 T-2) Reflexões e Questiones sobre as diferentes posições de Santaella Lúcia
• 1 Os períodos da História da Arte têm sido marcados pelos meios que lhe são próprios, um dos meios mas importantes é a portabilidade das obras, como no Renascimento, em que a Arte Visual soltou-se dos murais e paredes das igrejas, migrou para as telas, tendo-se tornado portátil (transportável) , a Arte necessitava de locais para seu armazenamento, preservação, manutenção, e exposição. É ali onde surgem os museus e a consciência da necessidade de documentação em escritos que foram dando corpo à História da Arte.
Podemos falar então dos diferentes meios que lhes são próprios a cada período da Arte ocidental, como é a cerâmica e escultura no mundo Grego, a tinta a óleo no Renascimento, a fotografia no século XIX etc.
Utilizar os
próprios meios reinventados sejam dando continuidade às linguagens que lhes
foram legados pelo passado como a escultura, pintura a óleo, fotografia ou os
próprios da nossa era pós-moderna, onde todas se confraternizam como desenho,
pintura, escultura, fotografia, vídeo, instalação, som... e todos os seus
híbridos.
O desafio do
Artista no nosso tempo como diz Santaella é “o de enfrentar a resistência ainda
bruta dos materiais e meios do seu próprio tempo, para encontrar a linguagem
que lhe é própria, reinaugurando as linguagens da Arte.”
• 2 A grande mudança que
acontece com o advento da câmara fotográfica, é a chegada da máquina para
produzir imagens e a produção artesanal (técnica artesanal) como técnica
artística que tinham dominado até o momento da revolução industrial deixam de
ser exclusivos para a produção artística, colocando por primeira vez um
elemento externo ao homem na produção de imagem, na representação tem-se ai o
fim da exclusividade do artesanato nas artes e o nascimento das Artes
Tecnológicas.
• 3 - A relação entre a passagem do texto de Santaella* e o conceito de Arte Tecnológica exposto no texto de Martin Heidegger em “The Questions Concerning Tecnology”.
*“Nessa
medida, a arte tecnológica se dá quando o artista produz sua obra através da
mediação de dispositivos estes que materializam um conhecimento científico,
isto é, que já têm uma certa inteligência corporificada neles mesmos”.
Heidegger
aprofunda no sentido da técnica moderna, onde a essência põe ao homem a caminho
do desencobrimento que conduz ao real. Pois o homem (artista/criador) da idade
técnica vesse desafiado de forma especialmente incisiva a comprometer-se com o
desencobrimento, onde a técnica moderna chama-se Tecnologia, que depende de
aparelhos técnicos e do próprio progresso da construção de aparelhos, pois é ali
onde o artista produz através da mediação de estes dispositivos (maquinas/aparelhos)
que materializam um conhecimento científico.
• 4 - A Arte moderna
desconstrói o passado a partir do uso de dispositivos tecnológicos como a
máquina fotográfica que exerceu sobre a Arte em mediados do século XIX, quando
teve o movimento gradativo e contínuo de desconstrução dos princípios da
visualidade válidas desde o renascimento.
• 5 - As possibilidades artísticas que surgiram com a emergência da Arte Tecnológica estão acompanhadas de um bom número de tecnologias que começavam a surgir colocando-se à disposição do imaginário artístico não só com a fotografia e o cinema em se, mais sim com a sua experimentação.
• 5 - As possibilidades artísticas que surgiram com a emergência da Arte Tecnológica estão acompanhadas de um bom número de tecnologias que começavam a surgir colocando-se à disposição do imaginário artístico não só com a fotografia e o cinema em se, mais sim com a sua experimentação.
O facto de que
estes novos meios de produção de linguagens e comunicação, provocando um
impacto sobre as formas e meios antigos. Assim como aconteceu com a rádio,
primeiro meio efetivamente de massa, capaz de atingir remotamente milhões de
pessoas. Explorada como fonte autônoma para a criação como o fiz Walter Ruttman
que crio especificamente para a rádio no final da década dos 20 um “filme
acústico”. Assim a mediados do século a rádio seria grandemente responsável
pelo nascimento de uma nova estética musical, também a televisão reivindicada
como meio de arte, como é o caso nos anos 50 de Otto Piene e Walf Vostell, que
já incluíam aparelhos de televisão nas suas assemblagens e mais tarde em 1962 quando o artista francês César
na Exposição “Antagonismes II – l’ object”, apresenta um televisor como obra de
arte.
• 6 - O desenvolvimento do cinema na sua experimentação por parte dos artistas fazem rever o tratamento da imagem em movimento como uma forma de expressão artística, como novo linguagem e não simplesmente como um mero avance tecnológico/científico do momento é uma aproximação as novas formas de representação que os artistas/criadores, como sempre utilizadores por excelência das experiencias novas, das visões de vanguarda, na criação, não deixaram passar a oportunidade de apropriasse de elas.
• 7 - A relevância do grupo
Fluxus para o desenvolvimento da Arte Tecnológica é essencialmente no grande
impulso dos artistas do movimento Fluxus sobre o cinema com 40 filmes de
experimentação, abrindo-se passo na chamada revolução electrónica no âmbito das
artes. É também de destacar o artista Nam June Paik o grande pioneiro e ícone
de uma série de tendências das Artes Tecnológicas, quando exibiu seu primeiro
conjunto de aparelhos de televisão manipulados na “Exposition of Music –
Electronic Television”, na galeria Parnass de Wuppertal.
• 8 - A expressão “Cinema
Expandido” criada por Stan van der Beek em meados dos anos 60 e tornada famosa
pelo filme de Jonas Mekas em 1965, o cinema expandido teve inicio com o grupo
USCO nos Estados Unidos, destacando-se também em Holanda.
O Cinema Expandido na sua prática utiliza a multiplicação dos níveis de projeção, abolição entre as diferentes fronteiras da arte, desconstrução das técnicas fílmicas e a criação de obras de arte feitas de pura luz, mostrando uma relação com as concepções arquitectónicas que buscavam romper com as barreiras entre arquitetura, arte e vida.
• 9 - Ciberarte a
expressão para denominar as obras o projetos que envolvem transmissão e
interconexão via redes, arte interativa, é um termo mais abrangente do que a
arte web, net art ou arte das redes, mais amplo do que a arte telemática. É um
fenômeno da Cibercultura ou Cultura Digital, é a nova abordagem na arte na era
digital, pois os artistas interagem com máquinas não só na criação de ambientes
de interação e imersão para o usuário/receptor.O Cinema Expandido na sua prática utiliza a multiplicação dos níveis de projeção, abolição entre as diferentes fronteiras da arte, desconstrução das técnicas fílmicas e a criação de obras de arte feitas de pura luz, mostrando uma relação com as concepções arquitectónicas que buscavam romper com as barreiras entre arquitetura, arte e vida.
A expressão Cinema
Expandido retoma intermitentemente quando sentem em mente a estética e as raízes
artísticas da Arte mediática atual.
• 10 - O salto Quântico que se efetua com a passagem das tecnologias electrónicas, pré era digital, para as tecnologias teleinformáticas, a realidade virtual e as chamadas tecnologias da inteligência, identificadas como maquinas cerebrais que em oposição as máquinas anteriores, meramente sensoriais, e já absorvidas para dentro das máquinas cerebrais, através da convergência da médias.
• 11 - Ciberarte a expressão para denominar as obras o projetos que envolvem transmissão e interconexão via redes, arte interativa, é um termo mais abrangente do que a arte web, net art ou arte das redes, mais amplo do que a arte telemática. É um fenômeno da Cibercultura ou Cultura Digital, é a nova abordagem na arte na era digital, pois os artistas interagem com máquinas não só na criação de ambientes de interação e imersão para o usuário/receptor.
Hernando Urrutia
- “Panorama da Arte Tecnológica”, de Santaella, Lúcia (2003): Culturas e artes do pós-humano. Da cultura das médias à cibercultura
São Paulo, Editora Paulus
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