TRANSMEDIA - (Atividade 4 T-2)
Transmédia
“Transmedia
storytelling” (narrativa transmédia). A Transmédia é o transferir-se ou mover-se de
um meio a outro, é mais que a Multimédia e a Crossmédia, pois não só atravessa, mais
se sobressai da mesma. Uma ação transmédia segue características do que seria o crossmédia, mas
se diferencia deste ao usar cada meio para um objetivo diferente.
Como
Henry Jenkins destacou no seu livro Convergence Culture, “a narrativa
transmédia se desdobra por meio de diferentes plataformas de média, onde cada
texto de cada meio produz uma distintiva e valorosa contribuição para o todo”
A
Transmédia conta as histórias num só universo através de meios diferentes, que
se complementam para formar um só arco de narração, onde os elementos que
representam a narrativa Transmédia estão
sistematicamente dispersos, através de multiplex canais de distribuição
e diversas plataformas, esta forma única em que cada meio contribui para
desenrolar a história, permite localizar-nos numa convergência de cultura
participativa de Henry Jenkins, que discute a maneira como a informação viaja por
diferentes plataformas mediáticas e examina o papel dos consumidores nesse
processo.
A convergência, segundo Jenkins, acontece
“dentro dos cérebros” dos consumidores e “por meio de suas interações sociais
com os outros”. Assim como a informação, nosso trabalho, nossas vidas,
fantasias e relações pessoais também fluem por diferentes canais mediáticos.
Segundo Geoffrey Long “A narrativa transmédia permite que o narrador
amplie largamente sua audiência”. “A narrativa transmédia também fornece um
grande grau de envolvimento à audiência, que agora espera ter um papel mais
ativo no processo”
“A
narrativa transmédia está realmente sendo implementada por causa dos métodos de
produção e distribuição da média, que estão radicalmente mais baratos, rápidos
e enormemente disponíveis. A combinação relativamente acessível das ferramentas
digitais, como o DV e o programa de edição Final Cut Pro, com a
banda larga e sites, como o YouTube – tem promovido uma revolução na forma como
os cineastas, diretores, produtores desenvolvem seus trabalhos. O mesmo pode
ser dito hoje com relação à fotografia, aos quadrinhos, aos textos e aos games.
Narradores
transmédia estão percebendo o potencial que existe e utilizando estes sistemas
para produzir, a preços acessíveis, uma alta qualidade de conteúdo e, em
seguida, orientando o público a outros capítulos, de mesmo valor de conteúdo,
mas produzidos com baixo custo e alta visibilidade de marketing, como os
weblogs, os podcasts e o Twitter.
Estudando
a relação seguida desde os consumidores/ utilizadores na
criação e oferecimento de novos níveis de revelação e
experimentação que renovam a franquia e sustentam a fidelidade do consumidor, já que os médias diferentes atraem
nichos de mercado diferentes e para atraí-los, o conteúdo permite ser alterado
um pouco, de acordo com a média, criando consumidores fieis, pois vamos ampliado seu
desenvolvimento narrativo e expandindo seu universo diegético, permitindo não
apenas a criação de novos conflitos, histórias e personagens, como também novas maneiras de se consumir e interagir com
esse universo.
Cada
acesso a franquia deve ser autônomo, afim de que seja possível consumir e
interagir de forma satisfatória com um, sem a necessidade se conhecer os
outros, ao menos sem a necessidade de se conhecer profundamente. Cada um dos
produtos (filme, games, quadrinhos, programas de TV, romance) se configura
como um ponto de acesso ao universo
(franquia) como um todo.
A habilidade que as extensões transmédia
têm, é de levar os fãs a produzirem performances que podem acabar se
transformando, em si próprias, em parte da narrativa transmédia.
Podemos rever um exemplo concreto das extensões transmédia nas
trilogias como pode ser Matrix ou Harry Potter, mas existem muitos exemplos
onde as histórias contadas desde o cinema algumas vezes de forma de trilogia ou
mais, são transferidas ou transportadas a videojogos e infinitos elementos de
merchandise, entre outros, que reforçam o posicionamento da narrativa na
criação de uma experiência de entretenimento única e coordenada, que por vezes
utilizam a sua história para chegar aos fãs e penetrar o mercado já logrado por
eles e conseguir ter uma conexão com estes nichos de mercado ou targets.
Hernando Urrutia
-Narrativa Transmédia de Gabriela
Borges
- Transmédia Storytelling:
Implicit Consumers, Narrative Worlds, and Branding in Contemporary Media Production de Carlos
Alberto Scolari - International Journal of Communication 3, 2009
- Sites of Convergence:
An Interview with Henry Jenkis – de Vinicius Navarro,
Revista Do Programa De Pós-Graduação Em Comunicação - Universidade Federal
Fluminense - Revista Contracampo • Niterói - 2010
- Convergence Culture - Jenkins, Henry. Convergence Culture. Where
old and new media collide. New
York University Press, 2006.